segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Qualquer Coisa e a Mesma Coisa # 9







"Talvez"












Não sei seu nome, mas sei que não deveria ser assim.
Talvez haja alguma grande diferença entre nós...talvez haja barreiras demais ao nosso redor e meu estilo realístico e um pouco anti-social só piora a situação.
Mas por quê manter me olhando !? 
Nem minha friesa consegue parar isso.
Seus pequenos olhos negros olham pra mim com dúvida, mas por quê !?
Seria curiosidade ? Vontade? Algo em comum? Necessidade? O quê ?!
Eu só queria que ela falasse algo além de me fitar continuamente.
Será que estaria cativada por mim !? Acho difícil porém seria um opção, não que seja raro tal feito, mas ao meu ver não sou o "tipo" dela.
Ela é linda, pequena, cabelos longos, olhos negros e pequenos. 
Com uma fala mansa e suave, mas com um tom que chega a ser irritante ao gritar. 
Com um jeito de olhar descarado mostrando nenhum pingo de timidez, mas sim de dúvida. 
Aparenta ser alegre e seria, porém facil de demonstrar algumas emoções.
Não irei mentir e dizer que não gosto quando ela torna a me olhar. Eu a olho também.
Quando nossos olhos se cruzam ambos ficam acanhados.
Fico com palavras na garganta torcendo para que possam ser finalmente postas boca a fora, 
mas sei que nunca direi algo por livre e espontânea vontade.
E no fim, tudo permanece no 0 x 0.
É apenas curiosidade mesmo...eu é que estou fazendo uma tempestade em copo d'agua.
"Quem saberia dizer com certeza o por quê disso tudo?"
Minha respiração ofegante ao lado mostra que me importo. 
Talvez ela entenda isso. Talvez ela não perceba isso.
Não sei de onde é, mas sempre a encontro no mesmo canto.
Guardo em nela um tipo de receio...isso e bem óbvio pra mim.
Talvez ela me ache monótomo, tenha pena de mim e no fim, só queira se enturmar por pena, por me achar solitário.
Não guardo outras vontades por ela, apenas a de tentar entender o por que me encarar.
Mas na verdade não me importo, se torna insignificante ao me afastar...
e isso não passam de pensamentos rápidos e um instante rápido.
"Não, não muito tempo, mas o suficiente..."
Eu poderia sem medo sim ir me apresentar a ela, mostrar meu mundo conturbado não a espera de pena, mas talvez até de soluções, e assim (um dia, quem sabe !?) cobrar dela algo sufocante. 
"Será que eu repetiria o mesmo erro !?" Bem provável que sim...
"O que aconteceu com: "outro dia, outra vida !?" 
 "Demoro pra se tocar que nunca é assim hein !?"
Posso simplesmente esclarecer a ela tudo o que sou é o que penso, mas posso até assustá-la..."Consciência é veneno..." já dizia Dostoiévski. 
As vezes gostaria de ser um réles ordinário, quisá um qualquer mais do que já sou, assim não entrária em conflito com minhas próprias vontades e dúvidas intermináveis.
Eu deveria encarar e aceitar isso, mostrar que não me importo com a capa, mas com o conteúdo.
Há mais belesas dentro das pessoas do que em suas cascas...
Não tenho grandes atrátivos. Pelo menos não vejo muitos em mim. (Não estou me minimizando.)
Não quero sentir por alguém denovo o que lutei muito para retirar daqui. Mas isso não quer dizer que eu prefira ser ôco por dentro. Eu não garanto que não cometeria erros e deslizes como antes, até por que isso realmente é impossível de prometer a mim mesmo.
Realmente pareço ser triste, será que isso seria legal pra alguém !?
Mesmo sendo algo momentâneo e que eu não queira permanecer nesse estado...
Será que ficaria legal pra alguém que esta do meu lado viver meio que limitado em vários momentos !?
O tempo dela também não é eterno. 
Hora ou outra irá embora, levando qualquer coisa possível.
Mesmo com tudo dizendo que seria impossível isso, eu temo em desafiar minha condição e ainda esperar algo siginificativo dessa lenga lenga toda...


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